Quando alguém propositadamente nos ofende, ou tenta nos ofender, devemos sempre pensar que esse ato, não deveria ser motivo pra nossa preocupação, uma vez que, quem está praticando esse mau não somos nós, então passa a ser um problema de quem ofendeu. Isso em princípio não nos causará nenhum transtorno futuro, remorso, culpa, etc, uma vez que não fomos nós que fizemos o mau ao próximo.
Mas quando alguém diz algo para nós que contraria as nossas intenções, com ou sem a intenção de nos ofender, e consegue; aí o problema passa a ser nosso sim! Porque, se nós nos sentimos ofendidos, é porque nós é que nos deixamos nos ofender. Se formos capazes de passar pelo fato sem nos sentirmos ofendidos, é um bom sinal de que já estamos maduros em relação a isso. Temos a capacidade de não nos deixarmos ofender a toa.
A raiz da ofensa está no orgulho! Julgando-nos com direitos superiores, nos ofendemos com tudo o que constitua risco aos nossos direitos. São as contrariedades (tudo aquilo que não acontece como gostaríamos ou que não ofereça alguma vantagem em nosso benefício), ocorrências inoportunas e indevidas no nosso entender, que não gostaríamos que tivessem acontecido. Isso tudo gera reações no nosso íntimo, cujas consequências são sentimentos e emoções negativas, infelicidade, pessimismo, desapontamento, animosidade, tristeza, mágoa e rancor, que por sua vez geram cargas energéticas negativas no nosso corpo energético, causando bloqueios que causam transtornos e doenças.
Uma forma de ofensa que deve ser o principal foco de nossa atenção, quando estamos trabalhando a nossa reforma íntima, é o melindre. O melindre é a reação neurótica às ofensas. É o estado afetivo doentio de fragilidade, que aumenta a proporção e a natureza das contrariedades sofridas. Pequenos fatos ou situações são motivos suficientes para que o portador do melindre se desgaste terrivelmente, fechando-se em sentimentos de mágoa, decepção e vitimização, com as pessoas que lhe causaram incômodos e contrariedades. Aumentam a intensidade dos fatos e desgastam-se afetivamente, com versões febris sobre as ocorrências, com a nítida sensação de que tudo e todos estão contra a sua pessoa. Fazem com que fatos corriqueiros se tornem grandes problemas, enquanto que grandes problemas se tornem tragédias lamentáveis.
Assim como não devemos aceitar tudo o que acontece a nossa volta passivamente, a ofensa em sua manifestação natural deve nos alertar a buscarmos uma conduta proporcional, compatível, à natureza das contrariedades que sofremos. Mediante a nossa busca íntima de renovação e aperfeiçoamento, busquemos também a aceitação natural das vicissitudes da vida, com resignação e paciência; intensifiquemos a nossa capacidade de recuperação pessoal e de otimismo mediante os revezes; de trabalho renovador perante as perdas; de perdão, renovação, boa convivência e de uma boa dose de humildade perante os ofensores; e de reconhecermos que há necessidade sim de trabalharmos o nosso íntimo para mantermos a nossa Paz Interior intacta, com a atitude de não nos deixarmos levar pela ofensa, e muito menos pelo melindre.
Quando identificares a manifestação de um desses sentimentos em você, busque anotar os fatos que o provocaram, em detalhes primeiramente, e as emoções decorrentes; para então, seguindo o processo de aplicação da EFT, você trabalhe a diminuição ou extinção da intensidade das emoções. Em seguida, faça uma sintonia e uma reflexão sobre as reais reações que você teve e suas expectativas de reação, buscando efetuar as suas renovações internas em prol de sua melhoria como ser. Essa receita é muito boa para nos renovarmos espiritualmente.