Vícios

“Vicio é uma dependência a uma substancia ou a uma atividade que uma pessoa não consegue superar, na busca de alterar o seu estado emocional”.

O princípio dos hábitos, sejam eles bons ou maus, é o prazer. Você só repetirá um determinado ato, se no mínimo ele lhe der algum tipo de prazer, seja de natureza física ou psicológica. Quase sempre o prazer está associado à natureza psicológica do ser humano, assim sendo, a repetição de um vício tem como elemento estimulante a satisfação psicológica.

Por outro lado, na maioria das vezes, qualquer vício, seja de comida, álcool, droga, jogo de azar, compra compulsiva, etc, tem como fundo emocional uma baixa autoestima. Relaciona-se também com a queda, a derrota, o fracasso e, portanto uma perda. Quando o vício é incorporado, o indivíduo de baixa autoestima não tem condições de se conter em relação ao vício. Na falta da substância ou da prática da atividade, o viciado é incapaz de manter uma interação normal com as pessoas a sua volta.

Do latim “vitium” significa “falha” ou “defeito”. Seu oposto é a “virtude”. Fortemente relacionado a interpretações sociais, independente do comportamento do viciado ser explicado biologicamente, sua avaliação social é de mau, incorreto, indecente, negativo, inadequado, reprimível, abusivo, vergonhoso, anti-natural, arriscado, doentio, perigoso, fatal, evidenciando que historicamente sua prática ou aponta para a morte ou para grave degradação biológica ou psicológica. O vício é um conceito formado por diversas acepções que se sobrepõem nos campos: da medicina ou da biologia, da historia, da política, antropologia, economia, psicologia, religião, ética e da moral, e não pode ser isolado como processo biológico, evidenciando-se a primazia de todo um conceito real ou imaginário em torno do individuo.

Existe uma relação direta entre o ciclo “prazer imediato e dependência”, e outro de “prazer satisfeito e depressão”, caracterizado em todas as formas de vício.

Tipos de vício

Vício em uma substância, como álcool, nicotina, droga, etc.
Vício em uma atividade, como a prática de jogo de azar, compras compulsivas, masturbação, etc.

Um viciado passa a maior parte do seu tempo pensando na substância ou na atividade. Encontra-se sempre manipulando eventos ao redor desta, embora saiba que esta só te causa problemas. Mesmo assim continua buscando. Se acaso não consegue tê-la, sente que poderá ficar louco. Embora haja diferença entre os vícios entre as pessoas, em geral, a maioria compartilha características comuns e sintomas.

Característica de uma pessoa viciada:

Costuma se isolar do seu grupo de amigos e iniciar novas relações, geralmente relacionadas ao vício.
Se sente confusa e com medo, diante da realidade que a rodeia;
Não apresenta valores claros diante das suas ações;
Não sabe lidar com a agressão que sente;
Costuma apresentar algum transtorno psicológico, como perda de autoestima, sentimento de culpa, irritabilidade, entre outros.
Costuma ter problemas para dormir.
Está cansada o tempo todo;
O viciado em drogas ou ao álcool costuma ser agressivo e colocar em risco sua própria vida.
Pensa que pode controlar o vício, mas na realidade o vício que a controla.
Engana a si mesma ou sofre de negação.
Perde progressivamente a qualidade de vida (come mal, dorme mal, se isola, etc).
Não têm um projeto de vida;

Para superar um vicio, a pessoa viciada precisa primeiro aceitá-lo, depois entendê-lo e depois tratá-lo.

Causas dos vícios

Genética:

Os genes não podem causar um vício, mas podem fazer com que a pessoa tenha uma tendência a se tornar viciada em determinadas coisas.

Ambiente:

As pessoas podem se tornar condicionadas através de experiências da infância e por ter sido exposta a certas substâncias, a se tornar viciada.

Problema Emocional:

A ansiedade, depressão, trauma, frustração são estados mentais dos quais uma pessoa deseja escapar. Na tentativa de escapar se torna viciada em substância.

Abuso:

Muitos vícios começam a partir da tentativa de se eliminar a dor física e/ou emocional de uma pessoa, oriunda de atos de abuso físico ou sexual causados por outra pessoa.

Dicas para os vícios

  1. O primeiro passo é reconhecer que tem o problema e aceitar o fato de que tem o vício, sem se condenar.
  2. Perdoar a si mesmo. Este é um passo fundamental para eliminar o vício.
  3. Trabalhar seus sentimentos de culpa e utilizar uma técnica para superá-lo. EFT, por exemplo.
  4. Viver no tempo presente e com pessoas que o estimam, estimulam e o apoiam, livrando-se de pessoas que o criticam constantemente.
  5. Se precisar de ajuda profissional, consulte um terapeuta.
  6. Busque mais informações sobre vícios e viciados. Na Internet, leituras, etc.

Lembre-se que o passo fundamental é buscar a melhoria da sua Autoestima e começar a se sentir bem consigo mesmo.

Tratamento do Vício com a EFT

Como fase inicial padrão da minha abordagem com a EFT de modo geral, primeiro é necessário conhecer um pouco mais a pessoa, seus costumes, sua forma de pensar e agir, com as situações do dia a dia. Como foram a sua infância e adolescência, seus relacionamentos nessas fases. Como é a sua relação com o trabalho e com as atividades em que participa. Seu comportamento e costumes corriqueiros. Mais do que a dependência química ou psicológica, existe a dependência emocional que cria dúvidas, obstáculos, provocações, compulsões e emoções que fazem com que livrar-se do vício se torne uma enorme batalha. A primeira abordagem do problema é buscarmos abaixar a vontade imediata de se entregar ao vício, se essa ainda estiver à tona. Procuraremos abaixar o nível da dependência ou da ansiedade pelo vício, para que tenhamos condições estáveis de tratarmos as verdadeiras causas e as demais relacionadas. Em seguida avaliarmos as condições em que estamos para enfrentar a batalha, através de perguntas como:

Como você se vê perante o seu vício?
Se o seu vício não te faz bem o que te faz querer continuar com ele?
O que estaria te prendendo ao seu vício?
O que vem a sua mente quando você pensa em parar com o vício?
Você sente alguma sensação física ao se imaginar sem o vício?
Como você imagina a sua vida sem o seu vício?
O que você adicionaria a sua vida quando largar o vício?
De 0 a 10, quanto você “acredita” que poderá largar o seu vício?
De 0 a 10, quanto você “está querendo” abandonar o seu vício?

Com base nas respostas, faremos rodadas para eliminarmos possíveis crenças e fatores limitantes que possam estar dificultando a busca pela cura. Em seguida, iniciamos a abordagem em um nível mais profundo, visando às verdadeiras causas que o levaram ao vício, através de perguntas complementares (juntamente com as iniciais quando procurei conhecer melhor a pessoa) como:

Você se lembra de quando esse vício começou?
Você se lembra de como estava a sua vida quando esse vício começou?
Em sua opinião o que o motivou a seguir esse vício?

Geralmente existe uma incidência de Ansiedade, provocada muitas vezes por baixa autoestima gerada por sentimentos de culpa, medo, trauma, etc. Uma vez identificadas as emoções das causas raízes do problema, partimos para dissolvê-las com a EFT. E como último item a ser abordado no tratamento, investigaremos com um pouco mais de afinco a situação da pessoa com relação ao seu estado de completa abstinência; ou seja, uma vez eliminados todos os aspectos que a levam a querer agora, que a impediam de buscar a cura e que a levaram a querer um dia, como está a pessoa se sentindo? Existe alguma possibilidade de reversão? De reincidência? Se não sente mais falta do vício, qual a sensação que sente? Existe a possibilidade de estar substituindo por outro? O que poderá surgir do fato de agora estar sem o vício? É um processo de inspeção final para ver se existe mais alguma coisa a ser tratada.