1. Introdução
Desde a minha adolescência eu recebia através da minha intuição uma forma de estruturar as atividades do meu desenvolvimento pessoal de uma maneira muito inédita, diferenciada e muito peculiar. Era uma forma de identificar áreas em minha vida, as quais eu deveria dar atenção, visando o meu desenvolvimento pessoal, com uma forma de avaliá-las e relacioná-las, buscando um equilíbrio na dedicação em cada uma delas. Imagina que ao ver o todo, o símbolo mais próximo que achei para representar essa estrutura foi o de uma estrela. Porém uma estrela plana e não tridimensional. Considerando que cada raio da estrela seja um enfoque do meu desenvolvimento, se eu der uma atenção maior para um deles, a tendência desse raio é crescer, se intensificar, ficando mais forte e iluminado. Um cuidado a ser tomado é que quando um dos raios cresce mais que os demais e fica maior que outro, a estrela fica pensa, desequilibrada e não conseguirá brilhar uniformemente. Quando todos os raios estiverem brilhando na mesma intensidade e proporção, então a estrela ficará equilibrada e com tendência a crescer e brilhar de forma estável. Às vezes é preferível brilhar menos, equilibradamente, que brilhar intensamente, de forma desequilibrada. Também a relação entre alguns raios me da uma visão de planos de atividades com determinadas características, que também devem ser considerados. Assim surgiu esse simbolismo que agora estou batizando de “Brilhe a sua Estrela”. Espero que com isso eu possa lhe mostrar um novo enfoque para o seu desenvolvimento pessoal, no sentido de despertar uma forma inédita de ver as coisas e quem sabe incentivá-lo a iniciar uma prática de alguma atividade que agregue valor a você, para o resto da vida, no seu aprimoramento pessoal.
2. Raios de uma Estrela
Na dificuldade de atribuir um nome “técnico” a todo feche de luz que é emitido por uma estrela, eu acredito não estar errando se o estiver chamando de “Raio”. Foi o mais próximo e sensato que achei até mesmo com referência aos “raios do Sol”, uma vez que o Sol é a nossa “estrela”.
Também é importante considerar que a estrela sempre é composta de um núcleo esférico e que emite raios luminosos em todas as direções. No nosso caso, porém, a visão é plana (ainda limitada), até que novos enfoques futuros apareçam e remodelem a nossa estrela, tornando-a tridimensional. Sendo assim vamos considerar inicialmente quatro raios básicos principais, emitidos para baixo, para cima, para a esquerda e para a direita. Outros raios também surgirão da combinação desses básicos.
Sempre que consideramos um ser no Universo, sempre as partes mais grosseiras, rudimentares e que suporta as mais nobres, ficam no lado de baixo. No lado de cima quase sempre ficam as mais avançadas, delicadas e sensíveis. Um exemplo disso é o nosso corpo, as pernas e os pés, que aguentam o tranco do peso de toda a estrutura do nosso corpo, ficam na parte de baixo, enquanto que as demais, mais delicadas e sensíveis, ficam na parte de cima. Nesse sentido, o nosso primeiro raio a ser considerado é o raio Físico que é o voltado para baixo.
A cabeça que cuida de todos os órgãos responsáveis pelos nossos sentidos (visão, audição, olfato, paladar e tato) e por nossas funções mentais e espirituais, imprescindíveis para nós, fica na parte de cima. Todas as funções de cunho espiritual que podem ocorrer conosco, estão relacionadas a órgãos e glândulas situados na cabeça. O chacra Coronário, que cuida do nosso intercâmbio com a espiritualidade, por exemplo, fica no topo da nossa cabeça. Então, não cairemos em erro se colocássemos o raio Espiritual voltado pra cima.
Na direção horizontal, que representa a seara, o campo a ser cultivado, estaríamos colocando dois raios, diferentes entre si, responsáveis pelo nosso cultivo e desenvolvimento do ambiente em que nos encontramos que são: o raio Estudo voltado pra esquerda, o raio Trabalho voltado pra direita.
Neste caso teríamos a base da Estrela completa com os principais raios. Outros serão mostrados mais a frente, com a combinação destes, com a finalidade de identificarmos novos enfoques interessantes para a nossa atuação.
3. Raio “Físico” ou “Material”
Representa todo o contexto de seres, objetos, conceitos e atividades relacionadas ao mundo material, ao mundo físico em que vivemos; vistas e consideradas por nós enquanto encarnados. Isso vai desde coisas relacionadas ao Universo, a Natureza, a Humanidade, a Sociedade, ao Ser Humano, aos Animais, Plantas, etc; até os conceitos criados e definidos pelos homens como, Ciências, Profissões, Disciplinas, Substâncias, etc; já institucionalizados na nossa sociedade. Exemplos: As galáxias; o mar; o corpo humano; o elefante; o átomo; a eletricidade; a matemática; a administração; a contabilidade; a internet; a EFT; o Zinco; a saúde; a qualidade de vida; etc.
4. Raio “Espiritual”
Representa todo o contexto de seres, fluídos, conceitos e atividades relacionadas à Espiritualidade. Todos os conceitos voltados às ciências, filosofias e religiões espiritualistas. Não estou considerando aqui uma ou outra crença, filosofia ou religião espiritualista específica, mas todas as que acreditam em Deus e que existe algo além do mundo físico, mesmo que não especifique claramente o que seja. Exemplo: Deus, Deuses, os Santos, os Espíritos, os Milagres, o Prana, o Mundo Espiritual, a Energia Ki, o Cristianismo, a Caridade, o Alcorão, o Espiritismo, Santo Agostinho, o Budismo, a Reencarnação, o Catolicismo, os Orixás, o Hinduísmo, a levitação, etc.
5. Raio “Estudo”
Representa todo o contexto de atividades na busca do conhecimento, do entendimento, da compreensão, da pesquisa e da experimentação de um tema qualquer, de qualquer espécie, visando o seu desenvolvimento e aprimoramento pessoal. Exemplo: Estudos do Ensino Oficial; Estudo de EFT; Curso de Mergulho; Estudo de uma língua; Aprender a dançar; MBA; Pesquisas científicas, Escola de Médiuns, Leituras, Escola de Xadrez; Aprender a tocar um Instrumento, Pós-graduação em Direito; Gerenciamento de Projetos; Aula de Natação; Curso de Culinária; Curso de Paraquedismo; etc.
6. Raio “Trabalho”
Representa toda e qualquer atividade prática ou vivência desenvolvida em qualquer campo de atividade, de qualquer espécie, visando o desenvolvimento e aprimoramento pessoal ou da sociedade em que vive. Exemplo: Padeiro, Músico em uma orquestra, Advogado, Palhaço em um circo, Médico, Iogue, Pesquisador, Jogador de Vôlei, Deputado Federal, Cientista, etc.
7. Raios Derivados
Ao analisarmos a estrela com esses quatro raios, dispostos desta forma, não é difícil enxergarmos as possíveis combinações e classificações desses diversos estudos e trabalhos que os planos formados pelo encontro desses raios nos sugerem, criando novos raios, como:
7.1. “Estudos Físicos” – do lado esquerdo abaixo temos o plano formado pelos raios Estudo e Físico, que nos sugere um campo de atividades na busca do conhecimento, do entendimento, da compreensão, da pesquisa e da experimentação de temas do mundo físico, material, de utilidade para nós no mundo material em que vivemos. Exemplo: Estudo da Matemática; Estudo de Línguas; Estudo das Galáxias; Pesquisas Oceanográficas; Estudo da Ortopedia; Do comportamento do Elefante; Da Energia Atômica; da Mecatrônica; da Física Quântica; Estudo para Técnico de Vôlei; Estudo de Java; Estudo de EFT; Curso de Engenharia Química; Pesquisa sobre Combate ao Alzheimer; Estudo sobre os Benefícios do Sono; Estudar Piano; Curso de Dança de Salão; etc.
7.2. “Trabalhos Físicos” – do lado direito abaixo, temos o plano formado pelos raios Trabalho e Físico, que nos sugerem atividades ou vivência prática desenvolvida em qualquer campo de atividade material, visando o desenvolvimento e aprimoramento pessoal ou da sociedade em que vivemos. Estão aqui: a nossa profissão e a maioria das atividades em que nos envolvemos nesse mundo material em que vivemos na maioria das vezes em função da nossa sobrevivência ou para nos destacarmos no mercado de trabalho. Exemplos: Açougueiro, Maestro em uma orquestra, Promotor, Malabarista em um circo, Enfermeiro, Professor de Natação, Frentista, Jogador de Futebol, Vereador, Professor de Geografia, etc.
7.3. “Estudos Espirituais” – do lado esquerdo acima, temos o plano formado pelos raios Estudo e Espiritual, que nos sugere um campo de atividades na busca do conhecimento, do entendimento, da compreensão, da pesquisa e da experimentação de temas do mundo espiritual, de utilidade para nós no nosso aprimoramento moral e espiritual, na nossa relação para com Deus, para com o Universo e para com os demais seres com quem convivemos. Exemplo: Ler a Bíblia, Curso de Meditação, Catecismo, Estudo do Alcorão, Curso de Evangelização, Estudo do Budismo, Curso de Médiuns, Curso de Ioga, Estudo do Espiritismo, etc.
7.4. “Trabalhos Espirituais” – do lado direito acima, temos o plano formado pelos raios Trabalho e Espiritual que nos sugere atividades ou vivência prática desenvolvida em trabalhos espirituais ou sociais, em benefício do próximo e da sociedade em que vivemos, visando o nosso aprimoramento espiritual. Exemplos: Trabalhos voluntários a entidades beneficentes; Ir à procissão como católico; Cuidar de uma pessoa enferma; Participar de um grupo de passes como espírita; Praticar Meditação; Praticar o Zakat como Islã; Participar de um grupo de Preces; Realizar o Haj como Islã; Fazer preces diariamente; Praticar Ioga; Jejuar durante o Ramadã; Participar de sessões mediúnicas, Praticar a caridade, etc.
Como estaremos trabalhando o equilíbrio entre esses raios, é fácil imaginarmos a nova estrela que se forma, como a da figura abaixo.
Consiste em um trabalho muito difícil e impreciso definirmos um processo de medição “exato” para as intensidades de cada atividade que estivermos desempenhando em um desses enfoques. Nessa hora deve prevalecer a percepção ou a intuição que nos diz o quanto estamos nos sentindo confortáveis em atribuir um percentual no tamanho de cada raio, levando em consideração as diversas atividades que estivermos desempenhando e qual a intensidade da nossa participação. O quanto estamos realmente satisfeitos com o nosso desempenho e participação. O percentual deve transmitir isso. Também deve ser considerada a relação com os demais raios. Penso que isso se faz necessário para que possamos nos avaliar até que ponto estamos realmente dedicados, principalmente nas atividades espirituais (uma vez que as físicas são necessárias para a nossa sobrevivência no mundo material). Sempre dê uma olhada na figura acima e tente, por cima, avaliar como está a sua atuação. Rascunhe em traçados simples, como está a sua estrela?
Veja abaixo alguns exemplos de situações:
Exemplo 1 – Quando a pessoa só se dedica ao trabalho profissional, a Estrela fica completamente pensa, desequilibrada, o raio Físico é forte, mas o de Trabalho nem tanto, pois lhe falta o Trabalho Espiritual para completar.
Exemplo 2 – Quando a pessoa se dedica ao trabalho profissional e aos estudos, os raios de Estudo e Trabalho ficam médios, por faltar a parte Espiritual. A Estrela fica semelhante a uma Cruz (sacrifício, sofrimento). As pessoas materialistas sofrem mais.
Exemplo 3 – Quando a pessoa só se dedica a espiritualidade e esquece o material, a vida material dela fica deficitária, sem sustentação. É preciso também cuidar da sua sobrevivência e sustentabilidade e também conhecer as coisas do mundo material. O equilíbrio deve estar em tudo! Embora a figura lembre um castiçal com uma vela acesa.
E a Estrela completamente, para ser comparada.
9. Considerações Finais
Essa visão me acompanhou por pelo menos 45 anos de minha vida e sempre me preocupei com o que ela se propõe. Hoje estamos vivendo situações em nossa sociedade, as quais o nosso lado moral e espiritual parecem estar sendo postos a prova. É nítido o quanto existem pessoas completamente despreparadas para lidar com problemas tão graves e que lhes cobram equilíbrio, lucidez e serenidade, e as pessoas por não serem afinadas as questões espirituais, acabam cometendo deslizes ou no mínimo angariando muitos sofrimentos para si. E onde é que podemos encontrar esses três ingredientes tão preciosos para nossas respostas aos problemas que a vida nos impõe? Onde é que vamos encontrar as respostas para várias questões que nos afligem ou que vemos importunar a vida de várias pessoas ou ao mundo em geral? A minha resposta, com conhecimento de causa, sem medo de errar, está em buscarmos desenvolvermos também o conhecimento, o entendimento, a compreensão, a experimentação, a prática e a vivência nas coisas e atividades espirituais, que a curto ou em longo prazo, vão nos proporcionar o discernimento e a lucidez necessária e suficiente para tratarmos os complexos problemas a que estamos sujeitos, no mundo em que vivemos hoje. Podemos iniciar por um estudo que, não muito longe, perceberemos que não responde muito sobre as nossas questões ou nos é confuso e desmotivante, mas se você procurar, com persistência e determinação, entre todos os que ensinam o amor a Deus e ao próximo, certamente irá achar as respostas para os seus problemas, para a sua vida e a partir de então você se assentará e passará a viver mais a vida, vista de uma forma muito mais harmônica e muito mais elevada. As coisas ficarão mais claras para você e o seu equilíbrio surgirá como a grande consequência. Desenvolver todos os raios dessa estrela te proporcionará maior desempenho profissional, maior facilidade de encontrar novas formas de se desenvolver profissionalmente, além de proporcionar o conhecimento espiritual que te esclarecerá e te convencerá da grandeza das práticas espirituais. Você não vai morrer de tanto trabalhar, de lutar somente pela aquisição de bens materiais e sim, de lutar pelo equilíbrio entre as coisas materiais e espirituais. Na sua velhice você certamente vai reconhecer a sua mais preciosa aposentadoria (além da material), que o levará a continuar vivendo plenamente, independente da passagem do tempo. Dar-lhe-á o que se tem de mais valioso na vida que é a Sabedoria que nos dá a orientação do bem viver. Vai, busque desenvolver a sua estrela e torná-la equilibrada. Desenvolva-se em todos os raios! É uma boa parte do caminho andado rumo à felicidade que todos procuramos.