Quanto mais elevada a Autoestima da pessoa, melhor será a sua relação consigo mesma e consequentemente, com as outras pessoas. Autoestima significa a estima de si mesma, ou seja, o gostar de si própria. Tem a ver com o quanto a pessoa se ama, se respeita, se aceita, confia em si mesma, gosta da própria companhia e quanto se aprecia. Além da admiração, também é o julgamento que a pessoa faz de si mesma. Está relacionada à sensação de adequação, de se sentir competente e merecedora. Afeta diretamente todos os aspectos da vida de uma pessoa. A sua forma de pensar, de falar e de agir, o seu convívio familiar, o seu trabalho, os seus estudos e a sua vida social. É o que a pessoa pensa sobre si mesma, independente do que os outros pensam sobre ela. Quem tem autoestima é independente. A pessoa passa a ser a sua própria referência e não depende muito das referências dos outros. Quanto maior a Autoestima, maior a capacidade em lidar como os problemas da vida. É capaz de dominar os problemas do dia a dia e sua capacidade de fazer valer os seus direitos e as suas necessidades como um ser social. Quem nunca teve que lidar com um rompimento de relacionamentos, com a solidão, com desemprego, com marido agressivo, com a esposa difícil, com filhos que dão trabalho? A pessoa com sua Autoestima em alta consegue lidar com as vicissitudes de uma forma geral. Quanto mais flexível a pessoa for, mais resistente será à pressão, ao desespero, à derrota. Quanto mais a pessoa se valoriza, mais consegue superar os problemas da vida. Quanto maior a autoestima, maior a criatividade e maior a chance de sucesso. Quanto mais a pessoa se aprova, mais gente terá ao seu lado e mais relações saudáveis ela terá. Todo mundo merece ter uma boa Autoestima pelo simples fato de ser um ser pensante, atuante e que tem o direito de lutar pela sua liberdade e felicidade. Não existe ninguém que não seja capaz de desenvolver sua Autoestima.
A baixa Autoestima é caracterizada por uma percepção negativa de si mesmo. Pode ser expressa por crenças como “eu sou um fracasso”, “eu não sirvo para nada” ou por uma sensação de incapacidade que é muito difícil a pessoa conseguir traduzir para os outros. Baixa Autoestima é a falta de admiração por si mesmo. Independente de haver ou não atrativos, a pessoa não os reconhece, não os aceita ou não identifica seus próprios valores. Esta percepção negativa não constitui um transtorno mental, mas é um elemento que pode estar presente em muitos distúrbios ou em diversos problemas que um indivíduo possui. Ela é de grande importância na vida de qualquer ser humano, porque seja na vida social, no ambiente familiar, nos relacionamentos, no sucesso profissional e financeiro, na escola, no seu nível geral de satisfação e até na sua saúde física, esse ponto de vista negativo determinará suas escolhas e aquilo que deixará de conquistar. A baixa autoestima tende a gerar relações conflituosas e situações prejudiciais. Isso devido aos padrões emocionais negativos que a pessoa carrega.
Encontramos questões referentes à autoestima em toda dificuldade emocional. Se você pensar em cada transtorno emocional, depressão, ansiedade, síndrome do pânico, você verá a baixa Autoestima presente em cada um deles. O depressivo não gosta de si mesmo, da sua vida, não considera que há nada de tão bom em si, que lhe dê alegria de viver. O abuso do álcool, suicídio, violência, em cada um desses quadros tem a baixa autoestima envolvida.
As reações das pessoas no dia a dia são determinadas por sua autoestima. Quem não gosta de si não sabe lidar com as outras pessoas. Não ter Autoestima é se sentir inadequada, se sentir errada diante das pessoas e da vida. É achar que não é capaz, não é competente, é se sentir errada como ser humano. As pessoas que mais sofrem com a baixa autoestima são as que mais se preocupam como que os outros pensam, quando estão sozinhas são de um jeito normal, mas na frente dos outros elas se travam. Isso prova que se incomodam demais com que outros pensam ou julgam. O medo do julgamento do outro é a base da baixa Autoestima. Muitas se sentem inadequadas, medrosas, inseguras, culpadas e com um sentimento de não ser o “suficiente”.
A baixa Autoestima se apresenta tanto de maneira externa quanto interna: fisicamente, uma pessoa se mostra com a aparência desleixada, postura curvada, olhar sem brilho e para baixo, voz vacilante e em tom mais baixo; psicologicamente, há insegurança, ansiedade, timidez, isolamento, culpas e vergonha.
São muitos os fatores do passado recente ou remoto, que influenciam negativamente na autoestima de uma pessoa, trazendo manifestações em suas ações e decisões em suas vidas hoje. A baixa Autoestima não nasce com a pessoa, ela começa a ser construída na infância. Quanto mais a pessoa foi desrespeitada, desamada, desvalorizada, desencorajada a confiar em si, maior a possibilidade de estar com baixa Autoestima. “Ah entendi! A culpa é dos meus pais então, que só me cobraram, me julgaram, não acreditaram em mim, e por isso eu sou o que sou, é por isso que tudo dá errado na minha vida, eu não tenho uma boa Autoestima porque meus pais não me ajudaram…”. Em parte a pessoa pode estar certa, só não está certa de pensar que isso não tem solução. Agora ela é a adulta e agora é com ela. Cabe a pessoa mudar todo esse quadro de sentimentos, através de um trabalho consciente, dedicado e perseverante.
Quando criança sua Autoestima podia ser alimentada ou destruída pelos adultos. Muitas vezes a pessoa continua respondendo, mesmo agora como adulta, como se fosse aquela criança insegura, sem direito a nada, de falar, de fazer, de sair e de brincar com as outras crianças. O que devemos fazer agora é aprender a reestruturar essa criança que existe dentro de si. Todos nós carregamos a nossa infância dentro de nós. Se a pessoa rejeitar essa criança, por medo ou vergonha, vai mantê-la mal resolvida e aprisionada dentro dela e ela vai se atormentar para o resto da vida. A criança que sofreu indignações, humilhações merece ser redimida. A criança que cresceu percebendo o mundo como um lugar perigoso, não tinha vez em casa, os adultos sempre gritavam com ela, ou a deixava de lado fazendo de conta que ela não existia, ou debochava dela. Essa criança cresceu e virou uma adulta que está lidando com o mundo hoje, como se fosse aquele mundo da infância, e isso não é bom pra ela, porque as consequências são muito negativas. Mas ela está se construindo a cada dia, e agora a mudança só depende dela. Se ninguém pode respirar também não pode pensar por ela. A cabeça dela depende dos pensamentos dela hoje. Mesmo que as ideias de desvalorização estejam em sua mente, somente ela vai poder retirá-las.
Uma coisa é certa, a Autoestima deve ser construída pela própria pessoa. Ela não vem de fora. A pessoa pode ter pessoas que a amam, mas se ela não se amar, não vai nem perceber que existe o amor dessas pessoas. Pode ser admirada pelos seus colegas, mas se ela não se admirar as palavras parecerão vazias. Ela pode ter uma imagem externa de muita segurança, todo mundo a acha o máximo, mas se ela mesmo se achar um fraude, ninguém poderá fazer nada.
Procurar construir a Autoestima fora de si é um trabalho perdido. Estudar para ter um título, um cargo importante, fazer cirurgia plástica, viajar, casar, ter um filho, tudo isso vai alegrá-la por um tempo, mas se ela não fizer por ela, se dentro dela não tiver uma valoração dela, ela perderá tempo e dinheiro procurando autoconfiança em tudo quanto é lugar, coisa ou conquista, menos dentro dela.
Também é bobagem buscar a melhoria da Autoestima causando uma boa impressão para os outros, como: comprando um carro ou uma casa grande, fazendo uma viagem cara, dando uma grande festa, etc; tudo isso para causar uma boa impressão para os outros. Isso só significa que é uma pessoa que se deixa levar pelo julgamento dos outros. Se Autoestima é confiança em si mesma, então ninguém vai gerar essa confiança a não ser ela mesma.
No contexto da alta Autoestima, também existe a falsa alta Autoestima. Quando nos depararmos com pessoas que estejam aparentando alta Autoestima, verifique se a mesma compara ou compete com as outras pessoas. Se isso ocorre, por estar competindo com os outros, está longe de ser uma autoestima verdadeira. A partir do momento que esteja se comparando com os outros, isso não é alta Autoestima, é angustia. Ela está concorrendo, fugindo do desespero de se sentir para trás. Não está procurando a felicidade, está fugindo da angustia, e a fuga é sempre desesperadora.
Quem diminui os outros para se sentir maior não está desfrutando de boa autoestima.
É um autoengano! Porque a pessoa não está tranquila com sua conquista, não está simplesmente desfrutando da harmonia do momento, está sofrendo pra ser notada.
O ideal seria que todos tivessem excelente Autoestima. Uma boa autoestima é extremamente importante pra você ter uma vida satisfatória, legal, gostosa de ser vivida.
Tratamento da Baixa Autoestima
A primeira grande dica pra vencer a falta de autoestima é a pessoa ter consciência de quem ela é de verdade, do que foi um dia e do que é hoje. A pessoa precisa saber o que fazer e que comportamentos devem ser mudados. Ter consciência significa usar adequadamente a capacidade de pensar, de raciocinar, de se conhecer e de agir conforme as suas decisões. Usar a consciência é sair do automático e passar a escolher. É muito importante que o tratamento envolva não somente as questões atuais que estão causando sofrimento, mas também as questões do passado, atual e remoto, impedindo que as mesmas não venham a influenciar em suas atividades futuras. Nestes casos, a psicoterapia é fundamental para que haja o autoconhecimento, principal ferramenta no cuidado da baixa Autoestima, pois é ele que conduz às reais noções de quais capacidades, habilidades e dificuldades uma pessoa apresenta. Com esse tratamento, de descoberta do seu valor, tratando de um transtorno específico ou de questões que não consegue resolver sozinha, a autoestima elevada passa a ser uma consequência natural. Cabe ao psicoterapeuta, acolher a pessoa que chega e ajudá-la a perceber que existe um novo caminho em sua vida que pode ser trilhado e, assim, melhorar sua visão interna e externa de si, para uma melhor qualidade de vida. Creio que há uma parcela de pessoas que consegue superar por si só, mas a psicoterapia também existe para ajudar as pessoas que precisam mudar seus padrões de pensamentos e consequentemente seus comportamentos.
Tratamento da Baixa Autoestima com a EFT
Como fase inicial padrão da minha abordagem com a EFT de modo geral, primeiro é necessário conhecer um pouco mais da pessoa, seus costumes, sua forma de pensar e agir com as situações do dia a dia. Principalmente com a situação da baixa autoestima que foi criada. Como foram a sua infância e adolescência, seus relacionamentos nessas fases. Como é a sua relação com o trabalho e com as atividades em que participa. Seu comportamento e costumes corriqueiros. Para o tratamento específico da baixa Autoestima, iniciaremos buscando identificar eventos em sua vida, através do seguinte roteiro:
- Existe algum conceito negativo sobre você que, você frequentemente afirma a todo instante internamente?
- Você tem algum conceito negativo em relação a sua aparência ou imagem?
- Você gosta de sua aparência física?
- Qual o seu conceito em relação a sua inteligência, suas habilidades, seus conhecimentos ou bom senso?
- Qual a sua opinião sobre a opinião dos outros a seu respeito? Você acredita neles?
- Como você vê a sua vida atual? Ela é boa? Existe alguma coisa negativa?
- Você acredita na possibilidade de ter sucesso na sua vida? Por quê?
- Como você vê o seu futuro? Relacionamentos? Vida familiar? E saúde?
- Você se lembra de algo que alguém possa ter lhe falado de negativo em algum momento de sua vida, e que não sai da sua cabeça?
- Alguma vez você se lembra de alguém ter falado algo de negativo sobre o seu futuro, seu sucesso, seus relacionamentos, família ou saúde?
- Você se lembra de algum sentimento de culpa que você guarda com você?
Dessas e de outras perguntas vão ser identificados eventos ocorridos na vida da pessoa que nos trarão sentimentos e emoções relacionadas que deverão ser tratadas. Após essas identificações, outras mais pertinentes e específicas serão efetuadas, quando identificaremos novos focos de emoções relacionadas para completar o tratamento. Mediante um plano de trabalho, iniciaremos as rodadas de EFT, dando prosseguimento no tratamento até o completo alivio e eliminação das emoções envolvidas que farão com que a baixa Autoestima seja resolvida. Uma das partes do tratamento é a eliminação das emoções negativas que promoveram a baixa Autoestima através da EFT; a outra é através da psicoterapia, que a pessoa deve buscar, para que através do autoconhecimento, implementação de novas práticas, comportamentos e pensamentos positivos em sua vida, a tornará uma pessoa melhor e mais completa.