Todas as vezes que descobrimos que temos muitas coisas pra fazer e que achamos que não vamos dar conta, daí vem o desânimo, a preguiça e a procrastinação que faz com que adiemos e não fazemos o que precisamos. A Procrastinação é uma falta de controle em realizar o que é necessário. Ato de protelar ou de deixar para depois algo que deve ser feito agora. Quem procrastina deixa a coisa de lado para a última hora e depois se martiriza por não ter conseguido fazer. Todo mundo tem um pouco disso, mas o problema é quando isso impede o funcionamento normal das ações, quando não se tem controle e fazemos isso com certa frequência. O procrastinador costuma se culpar sempre e vive na amargura de não ter feito o que devia. Ele sempre acha que tem alguma coisa de errado consigo e como consequência negativa, acaba atingindo a sua autoestima. E isso resulta em desânimo, preguiça, perda de produtividade, estresse, sensação de culpa e vergonha de si mesmo, por não cumprir com as suas responsabilidades e compromissos.
A Procrastinação no trabalho e no dia a dia, está relacionada à ansiedade e diretamente à preguiça emocional. O enfoque Ansiedade aqui envolve coisas muito pequenas para se preocupar; tarefas que interrompe o fluxo normal das coisas e que tem soluções de baixo impacto. Um exemplo seria: organizar uma sala desarrumada. Quanto à preguiça emocional, contém coisas muito grandes para serem controladas, tarefas que a pessoa pode temer ou cujas implicações podem ter um impacto grande em sua vida. Exemplo: um estudante de vestibular adia indefinidamente a sua preparação para a prova, por causa da pressão recebida por seus familiares e o medo de não conseguir ser aprovado. Todo mundo tem um nível de preguiça emocional tolerável. O problema é quando isso vira crônico em sua vida, e você então percebe que está patinando, e não dá o passo à frente.
A Procrastinação pode ser um sinal de algum medo escondido em nossa vida. Algo sério e que por isso não podemos taxá-la de simples preguiça, falta de vontade ou indisciplina. Pode ser o medo do fracasso, medo de não saber fazer, medo de errar, medo do julgamento dos outros, quando zelamos para que tudo saia perfeito para que ninguém critique. Existe o medo da autoridade, quando evitamos cumprir nossos deveres do dia a dia porque no nosso inconsciente pode estar gravada a imagem do pai ou do professor apontando-lhes o dedo. O medo do futuro, do que pode acontecer se completarmos essa tarefa. Se terminarmos com isso, teremos que encarar aquilo e não é o que mais queremos para nós, ou será outra tarefa difícil.
Algumas causas podem ser originadas na infância. Quando a criança foi extremamente protegida e condicionada a achar que sempre alguém fará por ela ou estará ao seu lado para auxiliá-la. Na sua vida adulta ela tenderá, inconscientemente, a sentir-se insegura para agir e fazer por conta própria, por não ter alguém de sua confiança que faça por ela ou que a auxilie ou mesmo opine a respeito. Ou quando a criança foi exageradamente cobrada, pelos pais ou professores, ela pode desenvolver a característica da procrastinação gerada pelo perfeccionismo, por acreditar que, por mais que faça mesmo se dedicando ao máximo, não conseguirá realizar as coisas da forma mais excepcional e acaba se desmotivando, desanimando e postergando tudo o que tem pra ser feito.
Existem procrastinadores que têm um nível de consciência um pouco afastado da realidade, mais baseado em “sonhos e desejos” de realização e perfeição, do que de apreciação realista de suas obrigações. Essas pessoas tem uma tendência muito grande ao perfeccionismo, que as levam a procrastinar. Foi descoberto que os perfeccionistas que veem seu perfeccionismo como um problema são menos propensos a procrastinar que os nãos perfeccionistas. Enquanto que os perfeccionistas que não veem seu perfeccionismo como um problema apresentavam altos níveis de procrastinação.
Também existe a procrastinação quando nos deparamos com a dificuldade de se ter tanta coisa pra fazer, quando se vê tanta coisa, sem saber por onde começar e pelo volume, nem sabemos se vamos dar conta. Por pensar em tudo o que uma tarefa exige e tudo o que é necessário fazer, é possível que você venha a sentir desânimo, paralisia e certo medo. Ao invés de focar no momento presente, no que dá pra fazer agora, a pessoa se perde pensando no todo e que não dá pra fazer tudo ao mesmo tempo. Com base no princípio de que a gente só faz uma coisa por vez e que é impossível uma pessoa fazer várias coisas ao mesmo tempo, é possível “pensar em fazer” várias coisas ao mesmo tempo, mas “fazer” não! O normal seria focar na primeira tarefa possível e, depois passo a passo, trabalhar uma a uma, e somente nos intervalos entre uma e outra voltar a pensar no todo. Você olhar o todo no momento de você se planejar é diferente de quando você está pra fazer. A motivação para a superação da procrastinação pode vir do ato de começar o trabalho. Uma vez que o começamos, nos lembramos de como gostamos de fazer e assim continuamos com o trabalho.
Tratamento da Procrastinação
A terapia pode ser uma ferramenta importante para ajudar um indivíduo a ter novos comportamentos, superar seus medos e ansiedades, e alcançar uma melhor qualidade de vida. Portanto, é importante para a pessoa que tenha sintomas de procrastinação, buscar um terapeuta. A procrastinação crônica é quase sempre associada a alguma disfunção psicológica.
Tratamento da Procrastinação com a EFT
Como fase inicial padrão da minha abordagem com a EFT de modo geral, primeiro é necessário conhecer um pouco mais da pessoa, seus costumes, sua forma de pensar e agir, com as situações do dia a dia. Como foram a sua infância e adolescência, seus relacionamentos nessas fases. Como é a sua relação com o trabalho e com as atividades em que participa. Seu comportamento e costumes corriqueiros. Primeiramente uma investigação no estado atual da pessoa em relação ao seu estado de ânimo em geral. Como está a sua animosidade com relação às situações em que está passando na atualidade. Identificado os eventos específicos, onde o desânimo está atuante, faremos umas rodadas de EFT para eliminá-los, para termos condições de avançar para os demais pontos. Em seguida buscaremos identificar os eventos de procrastinação em que ocorre a incidência do medo. O medo é a principal causa raiz da procrastinação e o mesmo pode estar ocorrendo em vários eventos. Para cada evento identificado, daremos o devido tratamento através das rodadas de EFT, buscando a eliminação completa dos medos. Depois intensificaremos a investigação em relação a possíveis ocorrências do passado, possíveis incidências ou resquícios de outras doenças como Ansiedade e Depressão. E possíveis tendências à preguiça, perfeccionismo, etc. Perguntas como:
- Como está o seu ânimo para as coisas?
- Você se sente desanimado em algum momento?
- Quais os instantes em que você se sente mais desanimado?
- E medo? Existe alguma situação que você está com medo que ocorra algo com você?
- Como esse medo ocorre dentro de você? O que te faz sentir esse medo? Como você considera esse medo: Normal? Lógico? Racional? Desproporcional?
- Você sente que esse medo está comprometendo o seu bem estar?
- Você consegue descrever as cenas ou imagens que ficam em sua mente, quando pensa em tais ocorrências?
- Qual a intensidade desses medos? E das outras emoções?
- Além do medo, você sente alguma outra emoção? Quais?
Essas perguntas deverão fazer parte da investigação para então, de forma semelhante aos demais tratamentos com a EFT, efetuarmos as rodadas direcionadas e obtermos os resultados. Como sempre, isso varia de pessoa pra pessoa, de caso a caso, de situação a situação. Cada ser humano, caso ou situação tem suas peculiaridades. E isso é o que justifica a presença do terapeuta, analisar as anuências, avaliar a melhor forma e tomar o melhor caminho para atender a necessidade da pessoa.