Os sintomas físicos são uma defesa natural a uma situação ameaçadora sem que ela esteja necessariamente ocorrendo, como um estado de fuga ou de defesa, diante de um risco inexistente ou que dificilmente ocorrerá. Situações de dificuldade para dominar o ambiente favorecem a ocorrência de crises (multidão, metrô lotado, engarrafamento, espaços fechados, animais, fobias, acidentes ou catástrofes, etc). É comum a pessoa ir ao hospital acreditando que esteja sendo vítima de um ataque cardíaco ou infarto, pois os sintomas são semelhantes e saem muito frustradas por não acreditarem que seja um distúrbio de ansiedade.
Para ser chamada de transtorno, essa crise precisa ter uma frequência. Cada pessoa desenvolve uma frequência individual, algumas com várias crises por dia, outras com apenas ataque situacional. Talvez, o que pareça ruim, a partir da primeira crise, torna-se ainda pior, com o receio do aparecimento de uma nova crise de pânico, já que a pessoa não tem noção de quando poderá ocorrer a próxima. Qualquer estímulo interno, parecido com um dos sintomas ou externo como o cheiro, associação a um lugar ou situação em que teve a primeira crise, podem remeter a uma recordação da crise anterior ou das crises anteriores, desencadeando uma nova crise. As pessoas passam a desenvolver um grau de “agora fobia” que é uma propensão de evitar alguns lugares. É muito comum que as pessoas deixem de fazer coisas e de irem a lugares que costumavam frequentar por causa do transtorno. Outras ficam restritas as suas casas e nunca mais saem. Algumas não se afastam a partir de uma determinada distância de suas casas e desde que evitem os lugares em que já tiveram crises, elas não têm mais crises. A qualidade de vida destas pessoas tende a ficar agravada, pois geralmente elas passam a evitar coisas que faziam antes, para não se exporem a situações embaraçosas ou difíceis, caso tenha uma nova crise. É o chamado “medo do medo”.
A síndrome do pânico é um transtorno mais normal do que se imagina. O que muitas pessoas não sabem é que a síndrome do pânico tem cura. O primeiro passo, apesar de ser o mais difícil, é assumir que se está com o problema e tomar coragem para buscar ajuda. Isso quanto mais rápido, melhor. É comum as pessoas acreditarem que nada poderá ajudá-las e sentirem-se sempre fracas, desamparadas e impotentes. Não se deve ter vergonha de procurar auxílio. Recorra a um médico, psicólogo ou a uma pessoa de confiança para contar o que sente. Porém, quanto mais tempo se leva para o início do tratamento, mais difícil fica pra chegar ao fim. No início é mais fácil romper e diluir o ciclo do “medo do medo”, enquanto ele não se expande e se associe a outras doenças. É necessário aliar o tratamento emocional, psicoterapeuta e físico, para obter o sucesso.
O transtorno do pânico tem uma prevalência de cerca de 1 a 2% da população em geral, ocorre mais em adultos e tem uma incidência três vezes maior nas mulheres por questões hormonais do que nos homens.
A causa do pânico está relacionada também à maneira como a pessoa lida com as situações do dia a dia. As pessoas que sofrem da síndrome do pânico, em sua maioria, são jovens – na faixa de etária de 21 a 40 anos – que estão na plenitude de suas vidas profissionais. O perfil destas pessoas apresenta muitos aspectos em comum. Geralmente são extremamente produtivas profissionalmente, costumam assumir uma carga excessiva de responsabilidades e afazeres, são muito exigentes consigo mesmas e não convivem bem com erros ou imprevistos, pois têm tendências perfeccionistas. Tem excessiva necessidade de estar no controle da situação e de ter a aprovação dos outros. Também são muito criativas, geralmente estão em busca de um grande cargo ou prestígio e para isso se impõem muitas regras, além de por a própria saúde física de lado, pois se esquecem de dar a ela a devida atenção. Essa forma de ser acaba por predispor essas pessoas a situações de estresse acentuado, fato que pode levar ao aumento intenso da ansiedade e ao desiquilíbrio e, consequentemente, o surgimento das crises de pânico.
Também, em geral, quem sofre com a síndrome do pânico vem de famílias cujos pais ou responsáveis foram muito críticos e fizeram muitas exigências e comparações, colaborando para que seus filhos se tornassem ansiosos. As sobrecargas impostas na época, certamente diminuíram o período de lazer, as brincadeiras e descontrações, essenciais para o desenvolvimento equilibrado na formação dos jovens e futuros adultos. Esse desequilíbrio muitas vezes gera a ansiedade e por consequência a crise de pânico, na adolescência ou na fase adulta. Vale dizer que a síndrome do pânico não é genética, mas está relacionada à maneira como a pessoa lida com as situações da vida, ao seu perfil de personalidade e às influências do meio que a cerca.
A Ansiedade e outras doenças do cérebro colaboraram também com o aparecimento dessa síndrome. Alguns médicos classificam a síndrome do pânico como ansiedade patológica, ou seja, quando a ansiedade passa de um nível normal e natural para algo abusivo, prejudicando a vida da pessoa. Em consequência disso, a pessoa pode desenvolver tal síndrome e cair em depressão. Pessoas que têm hipotiroidismo também podem ter pânico, assim como aquelas que usam substâncias como anfetaminas, cocaína, maconha ou LSD. Até uma grande quantidade de café pode ajudar a crise. São fatores externos que podem eventualmente desencadear essa síndrome.
A crise de pânico não leva a óbito. O ideal é que as pessoas com pânico enfrentem as situações adversas do dia a dia, na medida do permissível, e que não fiquem em casa de repouso como se tivesse uma doença grave. A família deveria incentiva-las a perder o medo, respeitando os limites do tratamento.
Sintomas da Síndrome do Pânico
Alguns sintomas físicos ajudam a detectar a síndrome do pânico:
Se você tiver quatro ou mais desses sintomas, procure um médico. Você pode estar manifestando sinais de uma síndrome do pânico.
Prevenção da Síndrome do Pânico
Tratamentos da Síndrome do Pânico
Para um paciente se curar, não basta controlar as crises, é necessário aumentar sua tolerância às reações de ansiedade e integrar as emoções e sentimentos que estavam causando as crises. Na relação causa e efeito, resolvendo a causa, o efeito deixa de existir, e o objetivo da cura do paciente acontece. O intuito do processo terapêutico é que se resolva tudo e que possibilite a volta do paciente ao convívio social de forma plena e satisfatória. Outro fator determinante é o tempo necessário para enfrentar os mecanismos de defesa e resistências da mente do paciente. Normalmente, pessoas com síndrome do pânico limitam suas vidas para evitar que tenham crises. Quanto antes diagnosticado, mais fácil se torna o tratamento. A cura é difícil e demorada, mas não é impossível. O apoio da família, dos amigos, a procura de um bom profissional e o conhecimento sobre o assunto é vital no processo de reabilitação.
Como tratar Síndrome do Pânico com a EFT
Como fase inicial padrão da minha abordagem com a EFT de modo geral, primeiro é necessário conhecer um pouco mais da pessoa, seus costumes, sua forma de pensar e agir, com as situações do dia a dia. Como foram a sua infância e adolescência, seus relacionamentos nessas fases. Como é a sua relação com o trabalho e com as atividades em que participa. Seu comportamento e costumes corriqueiros. Conhecer o todo da pessoa! Como ela é, no geral! Depois irei investigar a possível incidência ou se existem resquícios de outras doenças aliadas à Síndrome de Pânico (Ansiedade e Depressão, por exemplo). Se existe algum sintoma depressivo ou de ansiedade caracterizados. Em seguida buscarei mais efetivamente direcionar a minha investigação na identificação e caracterização das possíveis causas que levaram a crise:
- Quando se deu a primeira crise?
- Qual a frequência em que ocorre, se vem ocorrendo?
- Que fatos relevantes lhe vêm à lembrança que ocorreram próximos ou quando ocorreu a primeira crise?
- Que cena ou imagem lhe vem à mente? E nas demais ocorrências?
- Que tipo de sentimentos ou emoções lhe vem à mente, quando se lembra dessas ocorrências?
E investigando mais outros detalhes desse contexto, buscarei identificar o que tem por traz e o que deu origem a essa síndrome, para então, de forma semelhante aos demais tratamentos com a EFT, efetuar as rodadas direcionadas as emoções relacionadas as ocorrências identificadas e buscarmos os resultados esperados. É lógico que isso varia de pessoa pra pessoa, de caso a caso, de situação a situação. Cada ser humano, caso ou situação tem as suas peculiaridades. Mesmo que haja dificuldade em se lembrar de fatos, ocorrências e emoções relacionadas, na EFT existem técnicas alternativas para contornarmos esse problema e chegarmos aos mesmos resultados.